1)
Que seja estabelecida Mesa de Negociação Temática com o Banco do
Brasil sobre "Caixas, PSOs e PSVs", em alinhamento ao que
está estabelecido nos ACTs da CONTRAF (Cláusula 59ª) e da CONTEC
(Cláusula 62ª), dicutindo o conjunto das reivindicações
específicas contidas em nossa Pauta
(drive.google.com/file/d/1rcytBfoI1YKsv1DGPs2H1EZf16zfk4jL),
acolhida pelo 50º Encontro Nacional da CONTEC e pelo 34º Congresso
Nacional de Funcionários do BB. Também devem ser tratadas nessa
Mesa Temática as três demandas listadas abaixo;
2)
Criação de vagas de Assistente de Atendimento e Negócios na mesma
quantidade e mesma localização em que tenha ocorrido ou venha a
ocorrer a desgratificação de caixas, com a nomeação dos caixas
desgratificados nestas vagas, não deixando nenhum sem
gratificação/comissão.
3)
A exemplo do que foi implementado pelo Banco em relação às PSVs,
todos os funcionários das PSOs devem ser nomeados em cargos
comissionados ou gratificados, cujas comissões/gratificações sejam
de valor no mínimo igual ao da gratificação de caixa,
possibilitando a continuidade da atuação em guichês e manuseio de
numerário. Os escriturários já empossados nas PSOs teriam todos a
opção de nomeação imediata em uma dessas funções. A partir de
então, não haveria mais vagas de escriturários nas PSOs. Os caixas
lotados nas PSOs e que mantêm a nomeação por força de decisão
judicial assim permaneceriam. Na eventualidade de serem
desgratificados, teriam a oportunidade de nomeação imediata em
outra função comissionada/gratificada na PSO. Fundamentação:
além de não haver justificativa para que funcionários que atuam no
caixa todos os dias deixem de receber a gratificação em períodos
de férias e outras ausências, os escriturários de PSOs são
constantemente demandados a realizar serviços especializados, como
os que são executados por assistentes operacionais, ou mesmo a
cuidarem sozinhos da administração de SOPs, sem o recebimento de
nenhuma gratificação ou comissão;
4)
Manutenção das agências do BB abertas, com a continuidade do
atendimento em guichês de caixa em todas elas, para atender à
população que demanda, em especial aos clientes que estão sendo
abandonados com o encerramento de agências pelos demais bancos.
Criada em 5 de maio de 2024, partindo da experiência de três anos de atuação do grupo que a precedeu, a União Nacional de Caixas do Banco do Brasil atua de forma propositiva, apresentando uma Pauta de Reivindicações própria do segmento que organiza aos fóruns do movimento sindical.
Tivemos em 2024 destacada participação em conferências e encontros estaduais, culminando na formação de uma expressiva delegação de caixas identificados com nosso movimento no 34º Congresso Nacional de Funcionários do BB (entre 4 e 6 de junho), a maioria dos quais sendo dirigentes sindicais ou representantes sindicais de base. Apresentamos nossa Pauta também aos dirigentes da CONTEC, durante seu 51º Encontro Nacional (19 a 21 e junho).
A partir de então, os caixas do BB pautaram a Campanha Salarial em diversos momentos.
Já no início, as negociações foram marcadas por uma decisão de impacto no âmbito da ação judicial sobre nossa gratificação, pela 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região.
Em 3 de julho de 2024 foi julgado o Acórdão da segunda instância de nosso processo (0000102-38.2021.5.10.0016), no qual foi revogada a tutela antecipada (liminar) que mantinha o pagamento da gratificação mensal a todos os caixas que estavam nomeados em janeiro de 2021.
Embora o Acórdão determinasse que o Banco deveria manter o pagamento da gratificação mensal aos funcionários abrangidos na ação, e que continuavam na função, a inexistência de uma liminar vigente abria caminho para que o Banco desgratificasse todos o caixas, lidando com eventuais consequências apenas após o trânsito em julgado.
Na maioria das rodadas de negociação entre entidades sindicais e BB, foram cobradas respostas à demanda de que os caixas não fossem prejudicados em função dessa decisão judicial.
Plenárias específicas sobre a função de caixa no BB foram convocadas por sindicatos e federações de vários estados e regiões. Manifestações e paralisações parciais foram organizadas tendo a defesa dos caixas e da função de caixa como um dos eixos principais, repercutindo inclusive em órgãos de imprensa locais. Tudo isso é reflexo também do nível de organização que alcançamos.
Para além das iniciativas dos sindicatos, fizemos nossas próprias mobilizações. Repercutimos imagens de caixas se manifestando dos diversos cantos do país, projetamos a hashtag #BBValorizeOsCaixas e ocupamos de forma organizada a seção de comentários da Agência de Notícias (AGN) do Banco do Brasil.
Avançou também a campanha pelo nosso Projeto de Lei de Iniciativa Popular "Na Boca do Caixa". Já durante a Campanha Salarial, várias entidades sindicais se juntaram oficialmente aos caixas do BB no esforço da coleta de assinaturas.
Polêmicas em torno da Campanha Salarial
Em 31 de agosto, a partir do momento em que foi apresentada a proposta de reajuste de 4,64% nos salários e verbas de todos os bancários, com orientação pela aprovação da mesma pela maioria das entidades sindicais, uma indignação tomou conta de parte expressiva dos funcionários do Banco do Brasil, o que se fez repercutir nas redes sociais. Para além da rejeição à proposta de reajuste, considerado baixo frente à lucratividade dos bancos, houve forte descontentamento também em relação ao que havia sido apresentado em relação ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do BB.
Embora a aprovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) na quase totalidade das assembleias tenha definido em grande medida a batalha pelo índice do reajuste, a expressiva rejeição do ACT pelos funcionários do BB em grande parte das bases (embora não nas maiores) estendeu a Campanha Salarial por mais duas semanas.
Contraf e CONTEC orientaram sindicatos de bases cujas assembleias haviam aprovado o ACT a assinarem o mesmo já em 10 de setembro. Isso gerou pressão sobre as bases que haviam rejeitado o Acordo do BB inicialmente, a maioria delas passando a aceitá-lo o nas assembleias seguintes. Ainda assim, parte das bases (incluindo diversas capitais) manteve a rejeição e passou a organizar movimentos de greve.
Não tendo encontrado posição de consenso, o Conselho de 36 da UNACaiexBB tampouco interferiu na posição de seus membros quanto à aprovação ou rejeição do ACT nas assembleias. Buscamos até o último momento debater com as direções sindicais sobre partes da proposta que mais diretamente nos dizem respeito, pedindo esclarecimentos sobre pontos obscuros e indicando ajustes que considerávamos necessários.
Os diversos grupos regionais da UNACaiexBB debateram intensamente os pontos polêmicos da negociação. Parte expressiva de nossos membros (incluindo lideranças sindicais) desde o anúncio da proposta se engajou pela rejeição da mesma nas assembleias, bem como pela construção da greve em suas bases. Independentemente de divergências de avaliação quanto às possibilidades de avanço pela rejeição do ACT proposto, parabenizamos pela coragem e determinação os colegas que se mobilizaram pela greve nessas condições difíceis, parte dos quais passou pela situação aviltante de receber o crédito da PLR e ter o mesmo estornado horas depois.
Em crescente isolamento, encerrou-se o movimento de greve sem
que tenha havido alterações nos termos negociados, à exceção da
cláusula que visava regulamentar a demissão sem justa causa, tendo
ficado esta de fora do ACT assinado.
Sobre o que foi acordado em específico quanto aos caixas do BB
Com base na extensa Pauta de Reivindicações que encaminhamos ao 34º CNFBB e ao 51° Encontro Nacional da CONTEC, considerando as dificuldades práticas de se abordar todos os pontos nas mesas de negociação, apontamos durante a Campanha Salarial Três Eixos de Reivindicações Prioritárias: I) manutenção dos guichês de caixa nas agências; II) manutenção da gratificação de caixa; III) priorização para os caixas em concorrências e nomeações.
Embora longe de contemplar todo o conjunto de nossas demandas, consideramos que o que foi anunciado como acordo entre BB e entidades sindicais atende parte das reivindicações dos eixos II e III listados acima. Ainda assim, houve problemas graves na forma e na implementação do que foi acordado.
Abordamos a seguir cada um dos itens negociados em relação à nossa função:
1. Incorporação da gratificação para caixas que possuíam 10 anos de função
até novembro de 2017 e estavam nomeados antes da reestruturação de 2021
(introduzido no parágrafo 4 da Cláusula 12 do ACT assinado)
Com a previsão no ACT, cerca de 2.000 caixas tiveram o direito à
incorporação da função formalmente reconhecido, mesmo sem terem sido
destituídos, ficando dispensados da necessidade de acionar a Justiça.
Assim, podem manter a gratificação mesmo em caso de pedirem remoção.
Falta ao Banco abranger uma quantidade maior de colegas, considerando
períodos interrompidos e o exercício de funções/comissões anteriormente a 2007,
evitando assim casos de judicialização.
2. Criação do cargo de "assistente de tesouraria", com dotação nas PSVs
Centenas de colegas nas PSVs foram contemplados com o cargo, cuja remuneração é
a mesma do caixa, nomeando inclusive todos os escriturários que atuavam
nessas unidades e que recebiam a gratificação de função apenas mediante
acionamento.
O mesmo tratamento deveria
ser dispensado aos escriturários das PSOs, muitos dos quais atuam por anos seguidos como caixas substitutos e
constantemente são demandados a executar tarefas especializadas, como
resgates de depósitos judiciais. Deveriam ser nomeados no mínimo como
assistentes operacionais plenos, com a possibilidade de receber a
gratificação quando atuarem como caixas, garantindo que nenhum
funcionário de PSO fique sem alguma
comissão/gratificação (conforme nossa Pauta de Reivindicações).
3. Criação de vagas em nova função "transversal" de "assistente
de atendimento e negócios", com priorização nas
concorrências para os caixas nomeados
A priorização em concorrências faz parte de nossa
Pauta de Reivindicações e é uma forma de promover a transição de
carreira para os colegas, paralelamente à redução da demanda por
atendimento em guichês.
Centenas de caixas foram
contemplados com a nomeação em cargos comissionados mediante priorização
nas concorrências. A priorização se deu não apenas para os novos cargos
de "assistente de atendimento e negócios", mas também para outros
cargos GFM 19 e 20.
Em 17/1 o BB divulgou que 1.223 caixas seriam desgratificados a partir de 1º de fevereiro.
Em 31/1, em reunião com a Contraf, o BB informou que, destes, cerca de 900 ainda não haviam sido nomeados em outras funções.
Em 6/2, em reunião com a CONTEC, o BB informou que este número reduziu-se para cerca de 700.
Segundo informações repassadas a nós por membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, em 11/4, o número de caixas desgratificados e não nomeados em outras funções teria sido reduzido para 380.
Continuamos com centenas de colegas prejudicados pela perda da gratificação,
principalmente pela inexistência de vagas comissionadas com priorização para caixas em suas praças, contrariando as expectativas que foram criadas pelo
movimento sindical e pelo Banco no desfecho das negociações.
Destaque-se
que, entre os itens negociados em relação aos caixas, apenas a
incorporação entrou formalmente no ACT. As comunicações referentes ao
acordo em
torno dos demais itens foram feitas em notícias publicadas em mídias
sindicais e corporativas. Um dos problemas deste processo é que os
termos anunciados pelos
sindicatos como acordados não coincidiram exatamente com os que foram
divulgados pelo BB.
Enquanto as mídias sindicais mencionavam a
criação de 4 mil vagas para o novo cargo de assistente,
o BB não se comprometeu publicamente quanto a números - a não ser semanas depois, em
23/9, ao publicar na AGN que as vagas seriam suficientes para "atender todos os
que não estarão mais contemplados com a gratificação".
Enquanto a Contraf afirmava que os caixas
teriam vagas do novo cargo de assistente na mesma microrregião em que atuam (aos 40 minutos do vídeo) e o
Sindicato de São Paulo divulgava que seriam na mesma praça,
o Banco jamais se comprometeu quanto à localidade, exceto de maneira
pouco assertiva, em declaração de Tarciana Medeiros, dada apenas em 9 de
outubro.
Tarciana sugeriu naquela ocasião, em encontro com funcionários, que as
vagas seriam criadas especialmente onde os caixas perderiam a
perspectiva de continuar atuando na função por todo o mês.
Essa
incongruência de informações demonstra que a negociação foi encerrada
com "pontas soltas".
O BB acabou descumprindo o que foi negociado. Quando anunciou em 17/1/25 que 1.223
caixas seriam desgratificados, havia apenas cerca de 600 vagas de
assistente de atendimento e negócios disponíveis no país. Não se tratavam de novas vagas, criadas para a concorrência de caixas, mas das vagas
de assistente de negócios que já estavam abertas antes. Além disso, a "priorização" que havia sido anunciada inicialmente não impedia que os gestores nomeassem funcionários de outras funções, ao invés de caixas. Apenas após forte pressão, dos
caixas e do movimento sindical, o BB decidiu criar 1.000 novas vagas de
assistente, anunciadas em 27/1/25, passando a exigir dos gestores uma priorização de fato. Ainda assim, a localização das vagas
não atendia à maior parte dos caixas desgratificados, não nas mesmas praças em que atuavam e nem mesmo em praças vizinhas.
Além de disponibilizar vagas em quantidade
muito inferior ao que havia sido anunciado e de não garantir as vagas
nas localidades em que haveria a desgratificação, o Banco utilizou-se da
negociação coletiva para tentar resolver seu problema de alocação de
funcionários entre as praças, pressionando os caixas a aceitarem oportunidades em outros municípios.
Parte da não correspondência entre expectativa e realidade pode ser
decorrente do fato de que o próprio Banco foi surpreendido com o julgamento dos
embargos de declaração de nossa ação judicial, pela 3ª Turma do TRT10, em
4/9/24, 4 dias após o encerramento das negociações. O plano do Banco
quando anunciou a criação das vagas do novo cargo de assistente era
desgratificar todos os caixas em janeiro de 2025. Mas uma nova liminar foi
deferida, determinando que o Banco mantivesse o pagamento da gratificação
mensal aos caixas nomeados que continuassem atuando na função, sob pena de
multa em caso de descumprimento. Essa mudança no processo pode ter sido determinante para o Banco alterar seus planos em relação ao destino dos caixas e à disponibilização de novas vagas para outros cargos.
Uma outra explicação para o processo do descumprimento do Acordo seria a gestão sem comprometimento com o caráter público do Banco do Brasil por parte da Diretoria de Varejo, conforme denunciou a FETEC/CN.
Há ainda outros aspectos problemáticos da política de priorização para caixas em concorrências:
A adesão e cumprimento de etapas do Programa de Desenvolvimento e Orientação Profissional tornou-se exigência para a concorrência com prioridade, o que nã́o estava previsto;
Recebemos denúncias de assédio moral da parte de gestores e até de outros colegas interessados nas vagas, pressionando caixas a desistirem da concorrência (orientamos os colegas a entrarem em contato com seus sindicatos);
Também recebemos relatos de que gestores seguraram vagas de assistente até que caísse a prioridade dos caixas que estavam interessados nas vagas, nomeando outros funcionários na primeira oportunidade (também indicamos o contato com os sindicatos);
Há um acúmulo de funções e sobrecarga em potencial associados ao novo cargo de "assistente de atendimento e negócios", que acumula a função de caixa com as tarefas que o assistente de negócios já realizava;
Embora tenha sido ampliada a concorrência para além dos cargos de "assistente de atendimento e negócios", contemplando outros cargos GFM 19 e 20, na prática faltam oportunidade em cargos para quem não tem um perfil negocial. Seria importante que fossem criados novos cargos de assistente operacional pleno, por exemplo.
4. Garantia de continuidade do pagamento da gratificação mensal, até dezembro de 2024, aos caixas nomeados
Não fosse a garantia de manter a gratificação a todos os caixas contemplados pela ação judicial até dezembro de 2024, prazo que acabou estendido para janeiro de 2025, muitos colegas teriam sido desgratificados vários meses antes, incluindo aqueles que pediram remoção em 2021, antes da vigência da primeira liminar, que já não atuavam como caixas há muito tempo.
No entanto, para a maioria dos caixas, a "garantia" de receber a gratificação até o final de 2024 equivalia à ameaça de perdê-la a partir de janeiro - neste sentido, até recebemos de bom grado a informação de que o prazo até dezembro não constava formalmente no ACT assinado.
De todo modo, cresceu a sensação de insegurança.
Em primeiro lugar, por não recebermos notícias antes de janeiro de 2025 sobre quem teria direito à incorporação e sobre a criação das vagas do novo cargo de assistente.
Em segundo lugar, pelo fato de o Banco não reconhecer em suas comunicações internas os efeitos da nova liminar deferida no julgamento dos embargos de declaração em 4/9/24, mesmo quando provocado a respeito (em comentários na AGN, Fale Com a Gepes, reuniões via Teams, etc.). O próprio movimento sindical, com raras exceções, demorou meses para publicar em seus canais entendimentos próprios sobre a nova liminar (conforme publicações da Contraf em 8/11/24 e da CONTEC em 20/1/25). A UNACaiexBB, dentro de seus limites, teve que assumir o protagonismo de difundir a informação de que os caixas estavam cobertos por uma nova liminar, menos protetiva que a primeira, mas que impedia o Banco de destituir a todos da função. Publicamos um vídeo em 14/10 com este e outros esclarecimentos.
Foram meses de muito estresse e adoecimento para os caixas.
Censura, demissão e a necessidade de repensarmos nossos métodos
Some-se a isso a publicação do comunicado interno sob o título "AGN: um espaço de diálogo e de respeito", em 19/2/25. Nele, o Banco declara abertamente que não permitirá o uso de mensagens em massa ("correntes") com hashtags - uma forma de manifestação que utilizamos bastante nesse período.
Outra maneira de coibir mobilizações virtuais que tem sido usada é o bloqueio a contas que tecem críticas pelos perfis das redes sociais ligados ao Banco e seus dirigentes.
Métodos que cumpriram um papel importante em nossas mobilizações virtuais podem não ser mais efetivos, exigindo de nós pensarmos em outros.
Reação ao descumprimento do Acordo
Como descrevemos anteriormente, o Banco anunciou em janeiro a desgratificação de 1.223 caixas; disponibilizando apenas 600 vagas de "assistente de atendimento e negócios", em geral distantes dos locais em que ocorreriam as desgratificações; apresentando um processo de "priorização" que na prática permitia aos gestores nomearem qualquer funcionário que constasse entre os classificados, desobrigando-os a nomearem caixas. Além disso, muitos colegas que teriam direito à incorporaçãoda gratificação ao salário não foram contemplados nos critérios adotados pelo Banco.
Os caixas revoltaram-se diante de tudo isso e o movimento sindical realizou um Dia Nacional de Luta em 16 de janeiro, exigindo o cumprimento da Negociação Coletiva.
A Coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB concedeu entrevista à TVT sobreo descumprimento do Acordo e a situação dos caixas.
A UNACaiexBB também engajou-se na mobilização, convocando colegas das bases para os atos públicos e paralisações, repercutindo conteúdos das entidades sindicais e produzindo materiais próprios para as redes.
O Banco sentiu a pressão, convocando reunião com as entidades sindicais para o dia 22/1, na qual foi demandada a manutenção da gratificação a todos os caixas até que se desse uma solução definitiva, além da reavaliação dos critérios para a concessão da incorporação de função.
A essa altura, destacada foi a paralisação com repercussão na imprensa realizada pelo
Sindicato dos Bancários do Piauí em 23/1, que arrancou uma resposta do BB ao G1.
Depois de negar que estivesse descumprindo o Acordo e de acusar os caixas e o movimento sindical de estarem difundindo informações falsas, em 27/1 o BB voltou a se reunir com as entidades, trazendo uma devolutiva em relação às demandas. O Banco criou 1.000 novas vagas de "assistente de atendimento e negócios" e ampliou em mais 263 a quantidade de colegas que tiveram garantido o direito à incorporação. Embora não tenha reconhecido o descumprimento do Acordo em seu discurso, a revisão destas medidas pelo BB é na prática uma confissão.
Na referida reunião, diante da informação de que cerca de 900 caixas a serem desgratificados não tinham se realocado, a Comissão de Empresa dos Funcionários entregou um ofício ao BB, demandando que fosse mantido o pagamento da gratificação mensal a todos, até que fossem nomeados em outras funções.
As desgratificações dos 900 ocorreram em 1º de fevereiro e (até onde sabemos) este ofício jamais foi respondido. Embora haja informações de que a quantidade de caixas desgratificados e não realocados reduziu-se para 380, ainda são centenas de colegas desamparados, situação que nos termos do Acordo não deveria existir.
Vários sindicatos continuaram realizando protestos e paralisações entre janeiro e fevereiro.
O Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte encheu as agências da cidade de cartazes, realizou "live", além de diversas publicações em vídeos, imagens e textos, destacando o assunto do descumprimento do Acordo.
Entre 16 de janeiro e 15 de fevereiro, período em que abordou intensamente o tema do descumprimento do Acordo, a UNACaiexBB teve mais de 120 mil visualizações em sua conta no Instagram.
O movimento de contestação ao descumprimento do Acordo foi importante, obteve um recuo relativo do Banco, mas enfrenta um limite. Deixou de ter um caráter unificado, resumindo-se a ações dispersas das entidades sindicais em torno de demandas específicas que os caixas de suas bases apresentam, como o acompanhamento de processos de seleção para as vagas, a judicialização como meio de obter a incorporação, etc.
Essa tendência agrava-se por essas centenas de caixas desgratificados estarem na maior parte dos casos espalhados pelo interior do país, saindo do foco dos maiores sindicatos, que são mais demandados pelos bancários dos grandes centros urbanos.
Estamos de pé e a luta dos caixas continua!
Não podemos nos conformar quanto à desgratificação de centenas de nós, sem que o acordo quanto à realocação em outras funções esteja sendo devidamente cumprido. Mas devemos destacar que são quatro anos em que o Banco não consegue obter uma vitória definitiva contra os caixas.
Em função da ação judicial movida pela Contraf, que foi juntada à ação
da CONTEC (0000102-38.2021.5.10.0016), 3.409 colegas puderam continuar como caixas nomeados, apesar
da persistência do Banco em tentar extinguir a função.
A primeira
liminar, obtida em 2021, foi derrubada no julgamento do Acórdão em
3/7/24. Mas uma nova liminar foi deferida a pedido da Contraf, no
julgamento dos embargos de declaração, estando vigente desde 4/9/24. Não
é tão protetiva quanto a primeira, que mantinha o pagamento da
gratificação mensal a todos os caixas que estavam nomeados em 2021 (mesmo aos que haviam pedido remoção durante aquela reestruturação). A
nova liminar estabelece que o caixa nomeado não possa ser pago apenas
pelo
acionamento diário, sob pena de multa em caso de descumprimento, mas
não o protege de uma desgratificação decorrente do encerramento ou
redução do quadro de seu prefixo.
Não obstante, o Banco está descumprindo a
liminar em relação a uma parte dos caixas que foram desgratificados. Em vários casos relatados a nós, eles continuam atuando no caixa, não mais como nomeados, mas como
"substitutos".
A liminar é clara sobre o impedimento a que o BB aplique "o novo modelo de atuação, designação e remuneração".
No entanto, o Banco retirou a designação/nomeação de muitos caixas e criou para eles um
"terceiro" modelo de remuneração: caso atuem pelo menos um dia no mês
como caixas, recebem a gratificação mensal integralmente. Não abrindo caixa
por nenhum dia no mês, não recebem a gratificação.
A nosso ver,
pode-se requerer judicialmente o reestabelecimento da nomeação desses
colegas, já que foram destituídos da função com o Banco ainda
necessitando da atuação dos mesmos no caixa. Por outro lado, os próprios
colegas temem que a busca do direito resulte em não serem mais
acionados no caixa, perdendo qualquer possibilidade de recebimento da
gratificação. O ideal seria que alguma medida fosse tomada de forma coletiva, no âmbito do processo, ao invés de cada colega entrar com alguma ação individual de execução.
Somos muito mais do que os caixas nomeados
Nosso
movimento conta também com a força de milhares de caixas "não
nomeados", que atuam na função em substituição - muitas das vezes por
longos anos - e que demandam reconhecimento, direitos e oportunidades de
encarreiramento. Esses colegas foram excluídos do "Programa de
Desenvolvimento e Orientação Profissional" e não têm prioridade nas
concorrências para outros cargos. A UNACaiexBB continuará lutando pelo
direito de todos os caixas, nomeados ou não.
Continuamos
considerando como caixas todos aqueles que foram nomeados para a função
de "assistente de tesouraria" e atuam no setor de Valores, bem como os
"assistentes de atendimento e negócios" que forem demandados a atuar nos
guichês e tesourarias das agências.
A
UNACaiexBB ampliará seu movimento, unindo escriturários, caixas e
assistentes na luta em defesa dos caixas e da continuidade do
atendimento em guichês nas agências.
Ameaças
Há incertezas
frente à ação judicial, que hoje tramita no TST. Até o trânsito em julgado, prevalece o efeito da liminar
deferida na fase dos embargos pelo TRT10. Esperamos que o TST confirme o entendimento bem consolidado na primeira e na segunda instância, de que o Banco está incorrendo em ilegalidade ao retirar a nomeação dos caixas ainda necessitando que os mesmos exerçam a função, sendo isto uma alteração unilateral do nosso contrato de trabalho. Do contrário, havendo revés na decisão do TST, todos os caixas serão
desgratificados.
Para além da possibilidade de revés judicial, os caixas têm de enfrentar novas reestruturações.
Iniciado em 2024 no Espírito Santo e já em fase de testes em locais como São Luís (MA), a expansão do Projeto Inova Varejo indica que os caixas (bem como os gerentes de
módulo e de serviços) serão afetados pela extinção de guichês e tesourarias em parte das agências. A principal medida que nos atinge é a centralização do
atendimento de caixa, que retira o atendimento em guichês de determinadas agências, direcionando os clientes que demandam o atendimento para outras, com base principalmente
na proximidade entre elas (o parâmetro seria um raio de 2,5 km).
A centralização do atendimento em guichês prejudica não apenas caixas e gerentes de
módulo e serviços, ameaçados de perderem suas funções, mas também clientes e
usuários, que para continuarem sendo atendidos em guichês de caixa terão de se deslocar para agências distantes de suas residências e nas quais o
acesso pode ser dificultado, pela falta de vagas de estacionamento, pelo fluxo elevado de veículos e pedestres nas ruas e calçadas, etc. Lembremos que o perfil de parte expressiva dos clientes que demandam o atendimento em guichês é de pessoas com mobilidade reduzida, principalmente idosos.
É preciso acionar as entidades sindicais e mobilizar bancários, clientes e o poder público em cada local, em torno da defesa também do direito do consumidor ao atendimento em canais físicos, enquanto houver demanda, para que agências sejam mantidas em funcionamento e para que os guichês sejam mantidos nas agências.
Oportunidades
Frente à agressividade do fechamento de agências pelos bancos privados, diversos relatos chegam dos interiores do país sobre a grande procura de
beneficiários do INSS pelo Banco do Brasil como opção para receberem suas
aposentadorias e pensões. A resiliência do BB em manter agências abertas, ao lado da manutenção da função de caixa por
força de decisão judicial, demonstra uma situação particular, mas
também a oportunidade de o BB se reafirmar como a instituição pública, garantindo o atendimento a essa parcela da população.
Devemos reforçar esse entendimento junto às entidades e mandatos representativos do funcionalismo (sindicatos, ANABB, Caref, etc.), construindo um amplo movimento em defesa do atendimento humanizado.
Fóruns do Movimento Sindical e Mesas de Negociação Permanentes com o BB
Devemos participar dos Encontros Estaduais de Funcionários do BB organizados pelos sindicatos e federações, bem como do 35º Congresso Nacional de Funcionários do BB, a ocorrerem este ano, reforçando a demanda para que nenhum caixa desgratificado fique sem oportunidade de nomeação em outra função, permanecendo em suas praças, além da defesa de que nossa Pauta como um todo seja debatida em Mesa Permanente de Negociação com o BB, conforme estabelecido no ACT, tanto pela Contraf (Cláusula 59ª) quanto pela CONTEC (Cláusula 62ª). Os caixas devem acompanhar as mesas de negociação permanentes e procurar influir de maneira organizada sobre elas.
As mobilizações organizadas pelo movimento sindical em 16/1 e a atuação nas redes pelos próprios caixas exerceram pressão efetiva sobre o Banco, que convocou para a próxima quarta-feira (22/1) reunião com as entidades para tratar das nossas reclamações e demandas. Além disso, na tarde da última sexta (17/1), em mensagem corporativa enviada via "Teams" para os caiex (reproduzida pela CONTEC - https://contec.org.br/bb-ratifica-compromisso-com-caixas-executivo/), o Banco se colocou na disputa da narrativa, tentando se defender da acusação de descumprimento da Negociação Coletiva. Na nossa avaliação, o BB se complicou mais ainda em sua comunicação - inclusive juridicamente.
Ainda não há o que comemorar, mas abriram-se caminhos para avançarmos na luta.
Cartazes afixados em agências do BB pelo Sindicato dos Bancários de BH
Ao tentar se explicar, BB "passa recibo"
Além de sinalizar que realmente não tem a intenção de criar novas vagas de assistente de atendimento e negócios, com a devida priorização, nas praças em que os caixas serão desgratificados, o Banco apresentou dois argumentos em sua defesa:
- Revelou que seria 1.223 a quantidade total de caixas desgratificados, para enfatizar que compõem uma proporção minoritária entre os 6.861 caixas efetivos;
- Na tentativa de refutar a acusação de não estar cumprindo o acordado, informou que há 1.693 vagas abertas para concorrência, para cargos com remuneração igual ou superior à dos caixas, o que excederia a quantidade de caixas desgratificados.
Não há o que relativizar quanto à gravidade. Os sindicatos devem exigir e o Banco tem que cumprir o que prometeu aos caixas, sejam 1.000 ou 5.000 os atingidos pela Reestruturação. Importante considerarmos que os 5.638 caixas que se manterão nomeados e com o recebimento da gratificação mensal devem isso à liminar obtida no âmbito da ação judicial impetrada pela Contraf. Por seu próprio crivo, o BB teria retirado a nomeação de todos nós.
Quanto à quantidade de vagas abertas para concorrência, é falacioso o argumento. O Banco considera nessa soma de 1.693 todas as vagas abertas para todos os cargos comissionados na empresa, desde os assistentes operacionais júnior e pleno (cujas comissões/ABF são inferiores à gratificação de caixa) até a gerência de alta renda e cargos em diretorias.
Além de haver perda de renda no caso de nomeação em parte dos cargos, é um escárnio se referir a oportunidades de concorrência no topo da carreira como cumprimento do acordado em relação aos caixas, que de forma absolutamente excepcional (se não for impossível) conseguiriam passar diretamente a essas nomeações.
Sejamos mais claros: quando a Dipes informou em 23/9/24 que haveria vagas "abertas em quantidade suficiente para atender todos os que não estarão mais contemplados com a gratificação", se referiu especificamente "às novas funções de assistentes de atendimento e negócios", para as quais os caixas seriam priorizados. Quanto às vagas para esse cargo, apenas cerca de 700 estão disponíveis - e de forma concentrada, nos maiores centros urbanos. A grande maioria dessas vagas já existia no sistema - o Banco não as criou com o objetivo de atender à demanda que viria dos caixas desgratificados.
Além de tudo isso, o que os sindicatos apresentaram às assembleias com indicação de aprovação é que tais vagas de assistente, com a devida priorização, seriam abertas na mesma praça em que estariam os caixas prejudicados - ou ao menos nas cidades vizinhas.
Lembremos mais uma vez do que afirmou em 9/10/24 a presidente do Banco, diante de toda a diretoria e de centenas de funcionários de todo o país:
"vai ter casos (...) em que eu vou ter na dependência onde você já está, uma vaga de assistente de negócios. Vai ter dependências que eu não vou ter essa vaga porque ela já demanda o caixa o mês inteiro. (...) a preferência na concorrência, se houver vaga onde você já está, é sua."
O que foi apresentada nessas falas foi a perspectiva de que se buscaria criar vagas de assistente justamente onde os caixas perderiam a gratificação - e que, havendo vaga ali, a mesma seria garantida ao próprio caixa afetado.
Muito diferente é a prática que está se dando nos processos de concorrência para as poucas e concentradas vagas de assistente disponíveis. Os gestores poderão escolher quaisquer dos nomes apresentados, inclusive de colegas de outras praças, em detrimento de caixas desgratificados nos próprios prefixos ou municípios.
Gestores criativos e descumprimento da liminar no esquema "abre um dia, ganha o mês"
Temos recebido relatos de situações absurdas geradas pela livre interpretação de orientações da Gepes por alguns gestores. Há administradores dizendo que implementarão um "rodízio", que o critério para atuar no caixa será o desempenho em vendas, ou que, na necessidade de cobrir ausências e intervalos nos guichês, isso será feito por um assistente - em detrimento do caixa que o faz habitualmente.
Diversos gestores informam ainda que, quanto aos caixas que perderão a nomeação (passando da função 288/394 para 610), em caso de eventualmente ser necessário acioná-los no caixa, constituirão um terceiro grupo quanto à forma de remuneração. Não serão substitutos com remuneração diária, nem efetivos. Seria inaugurado um novo esquema: "abre o caixa um dia, recebe a gratificação mensal; no mês que não abre o caixa, não recebe a gratificação".
É estranha tal informação, pois isso claramente constituiria violação da liminar, que determina que não seja aplicado novo modelo de designação e remuneração aos caixas nomeados. O cumprimento da liminar se dá com o caixa mantendo a nomeação e mesma forma de remuneração pelo exercício da função, ou seja, recebendo a gratificação mensal também em caso de férias, licenças, etc.
Por outro lado, a sugestão de tais situações demonstra que há erros no redimensionamento feito pelo Banco quanto à necessidade de caixas atuando nos prefixos. Se o gestor se vê na necessidade de solicitar o acionamento no caixa pelo funcionário que perdeu a gratificação, fica demonstrado que seria necessário manter no mínimo mais um caixa efetivo na dependência para a cobertura de intervalos e ausências.
Se cogita-se que a cobertura de intervalos e ausências no guichê seja feita por um assistente de atendimento e negócios, o caixa que perdeu a gratificação mensal deveria ser nomeado para a nova função e então ter a possibilidade de cumprir esse papel eventualmente, mantendo seu nível de renda. É absurdo que a desgratificação de um caixa experiente leve ao acionamento no guichê por um assistente de negócios que não exercia a função antes de passar ao cargo transversal, apenas para que o Banco economize.
Havia também uma promessa sobre prazo
Há outra informação importante dada pela Dipes em 23/9/24, que revela outro descumprimento do anunciado:
"vamos garantir o pagamento equivalente ao da gratificação até dezembro (...). Este é o tempo necessário para concorrer às novas funções de assistentes de atendimento e negócios".
O prazo até dezembro foi apresentado como uma segurança para que os caixas não tivessem redução de renda, pois nesse tempo teriam as oportunidades de realocação para a nova função comissionada. Mesmo com a dilação do prazo para 31 de janeiro, como já apontamos, as vagas não foram criadas em quantidade suficiente, nem em locais próximos, para os caixas que perderão a gratificação.
No email institucional enviado aos caixas efetivos em 10/1/25, o Banco
afirma que as "regras [de priorização] têm duração de 90 dias, podendo
ser prorrogadas por decisão administrativa".
Contrariando o que sinalizou antes, o processo de "priorização" que o Banco está apresentando para os caixas é o de tentarem se realocar para onde houver vagas, o que para grande parte dos prejudicados significa disputar lugar com outros colegas em praças distantes, num prazo de meses após a perda da gratificação.
Não há segurança - a
"prioridade" veio com insegurança mesmo.
Demandas
Diante de todo o exposto, a UNACaiexBB faz os seguintes apontamentos às entidades sindicais, para que os tenham em conta em suas novas tratativas com o Banco:
Se os atuais assistentes de negócios e supervisores de atendimento têm garantia da oportunidade de ocupar cargos nas novas funções transversais, mantendo-se em suas praças, deveriam ser dispensadas aos caixas as mesmas condições;
Como o Banco não oportunizou as vagas corretas, nem no prazo, quantidade e locais adequados para os caixas, deveria ser mantida a função 288/394 para todos, até que efetivamente se cumpra o prometido;
Para reduzir o impacto na vida das pessoas e para que o processo seja justo, no espírito em que as mudanças foram anunciadas meses antes, em toda concorrência com prioridade para caixas a nomeação deveria se dar nesta ordem: 1°) um caixa excedente do próprio prefixo; 2°) um caixa excedente do mesmo município; 3°) um caixa excedente da mesma microrregião; 4°) o caixa melhor classificado para a vaga no TAO;
O Banco apresenta a perspectiva de que a priorização para cargos GFM 19 e 20 se estenderá por 90 dias, prorrogáveis. Deveria tornar a política de priorização para caixas permanente, enquanto existirem funcionários atuando na função, incluindo nas priorizações também os escriturários que atuam como caixas há vários anos;
Sem prejuízo de que as vagas de assistente de atendimento e negócios sejam criadas em locais próximos e quantidade suficiente para contemplar os caixas desgratificados nesta reestruturação, seria importante diversificar as oportunidades, com a criação de vagas em cargos da área meio (GFM 19 e 20) no interior;
Caso o Banco se demonstre intransigente, a continuidade da luta deveria se dar numa crescente, com a organização de dias nacionais de paralisação de todos os caixas do BB ao início de cada mês, até que o Banco cumpra o Acordo. As datas 3, 7 e 10 de fevereiro são estratégicas pelo maior fluxo de clientes nas agências.
Começamos com mais de 260 participantes na plenária convocada para segunda-feira (8/7) pela Federação de Bancários da Bahia e Sergipe, ocorrida de forma virtual e aberta a caiex de todo o país. A plenária contou com a presença da Dra. Renata Cabral, assessora jurídica da Contraf, que apresentou um histórico e também perspectivas sobre a ação judicial da gratificação dos caixas, informando que a Contraf recorreria com o devido preparo da decisão em segunda instância que cassou nossa liminar.
Focando em discutir propostas de mobilização em resposta ao revés na ação judicial, a plenária encaminhou a proposição de Fábio Ledo, representante da Federação na CEBB. O encaminhamento é que a Federação buscará durante a Campanha Salarial a construção de ações unificadas, visando pressionar por uma solução negociada com o BB, através de atos e protestos nas agências que envolvam todas as entidades que compõem a Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB).
Entre 70 e 80 pessoas participaram das plenárias virtuais convocadas pelo Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (9/7) e pelo Sindicato dos Bancários do Município do Rio de Janeiro (10/7), igualmente abertas a outros estados.
A plenária do Espírito Santo teve um enfoque na questão do Projeto Piloto “Inova Varejo”, que está em execução no estado e que afeta diretamente os caixas ao promover o encerramento de guichês em diversas agências e a extinção de PSOs menores. A dirigente do Sindicato Goretti Barone enfatizou que o Inova Varejo deve ser discutido nacionalmente pelo conjunto do funcionários e das entidades sindicais, visto que a perspectiva é se estender para o restante do país. Goretti também propôs que o conjunto das entidades sindicais manifeste repúdio e exija retratação do BB pela declaração de seu advogado, que comparou os caixas a profissões do século XIX, em claro desrespeito aos funcionários, cujo trabalho segue sendo demandado por clientes nos guichês das agências.
A plenária do Rio de Janeiro também contou com a presença da Dra. Renata Cabral, que pôde na oportunidade responder a diversas dúvidas colocadas pelos caixas através de intervenções ou textos no chat. Representante do Sindicato na CEBB, Rita Mota propôs o encaminhamento de duas ações de mobilização já para a sexta-feira (12/7), acolhidas pela plenária: a diretoria do sindicato distribuiria cartazes e adesivos nas agências em defesa da função, enquanto os funcionários seriam convidados a usar preto e realizar postagens nas redes com a hashtag #BBValorizeOsCaixas.
Plenárias presenciais foram convocadas para quarta-feira (10/7) pelo Sindicato dos Bancários de Bauru (SP) e do Rio Grande do Norte, que encaminharam para sexta-feira (12/7) a paralisação do atendimento pela manhã, com atraso da abertura das agências. Também na quarta ocorreu uma plenária virtual convocada pelo Sindicato dos Bancários do Maranhão, que convocou os caixas a vestirem preto na sexta.
Tendo sido bem recebida nas diversas plenárias, a UNACaiexBB apresentou três eixos de demandas que consideramos que devem ser priorizadas neste momento de Campanha Salarial:
Anunciamos também o lançamento do Projeto de Lei de Iniciativa Popular “Na Boca do Caixa”, que garantirá o direito dos consumidor bancário a realizar quaisquer transações nos guichês, sempre que for de sua preferência, acabando com a exclusividade de canais em convênios e outras medidas restritivas aos clientes. Disponibilizamos o formulário para que seja impresso e vários de nós já estão em campo colhendo as assinaturas!
Fechamos então a semana com uma série de mobilizações importantes na sexta-feira (12/7), dia em que se realizou nova rodada de negociação entre a CEBB e o Banco do Brasil. Enquanto Bauru (SP) e Rio Grande do Norte atrasaram a abertura das agências realizando atos, reuniões e protestos, a convocação por outros sindicatos para se vestir preto e postar a hashtag #BBValorizeOsCaixas foi acompanhada por adesões de caixas dos diversos cantos do país.
BB não fará alterações no pagamento da gratificação durante a Campanha Salarial e sindicatos buscarão uma solução negociada
Tendo sida a primeira questão discutida na rodada de negociação cujo tema era "Cláusulas Sociais, Jornada e Teletrabalho", foi estabelecido pelo Banco do Brasil o compromisso de não realizar alterações quanto ao pagamento da gratificação até que se encerrem as negociações da Campanha Salarial. A CEBB se comprometeu a buscar uma solução negociada durante esse período.
Considerando a importância de tais compromissos, apresentaremos às entidades sindicais a demanda de que definam com o Banco uma data para rodada de negociação específica sobre os caixas, e que organizem para a ocasião um Dia Nacional de Luta em Defesa dos Caixas do BB, envolvendo dessa vez todas as entidades sindicais.
Convidamos todas as entidades sindicais a aderirem à nossa campanha de coleta de assinaturas para o PL de Iniciativa Popular “Na Boca do Caixa”!
Aos caixas do BB, estamos propondo que cada um assuma a tarefa de buscar 300 assinaturas, entregando folhas para clientes, colegas, parentes e amigos, pedindo que tragam de volta preenchidas. Se 5.000 caixas fizerem isso, já chegaremos aos 1.5 milhão de eleitores, muito próximo do necessário para que o Congresso Nacional coloque o Projeto em votação!
Sigamos usando a hashtag #BBValorizeOsCaixas nas redes sociais e também em comentários na AGN (desde que respeitando o Código de Ética)!
É fundamental participarmos das plenárias que estão sendo convocadas pelas entidades sindicais, começando pela de segunda-feira (8/7), da Federação Bahia e Sergipe, que será aberta a caiex de todo o Brasil!
Nós existimos e há clientes que precisam de nós!
Estamos em estado de alerta desde a decisão do TRT10 de cassar a liminar que mantinha a gratificação de caixa aos colegas nomeados na função.
Nos causaram revolta os votos dos desembargadores e sobretudo a sustentação oral do advogado do Banco do Brasil, que comparou nossa função a quebradores de gelo e acendedores de lâmpadas, desconsiderando que por mais reduzida que tenha sido a demanda por atendimento em guichês de caixa, ainda há um contingente expressivo de clientes que nos procuram, entre eles inúmeros beneficiários do INSS e programas sociais.
Quem sustenta o ataque à nossa função com o argumento de que somos "obsoletos" também não leva em conta a prática da terceirização do serviço, com as instituições financeiras expulsando sistematicamente clientes que vão aos guichês para as filas dos correspondentes bancários e casas lotéricas, onde as condições de trabalho e o atendimento aos clientes são precarizados.
Por um lado, nem todos se adaptam ou optam sempre pela digitalização. Há situações absolutamente legítimas em que os clientes buscam o guichê, por conveniência ou segurança. Por outro, são diversas as realidades nas várias regiões e milhares de municípios do país. Em muitas cidades há apenas uma agência do BB com guichês de caixa funcionando. Até mesmo nestas o Banco tem ousado retirar o atendimento em guichês, abandonando um serviço essencial prestado a essas populações, como fez recentemente em Humberto de Campos (MA).
Embora a decisão judicial (à qual ainda cabe recurso) garanta o direito à incorporação aos que tinham 10 anos de função até novembro de 2017 e impeça o BB de transformar os caixas nomeados em escriturários com acionamento diário, submete os caixas nomeados e substitutos ao risco de perderem a gratificação e não poderem mais atender em guichês, no processo de novas reestruturações que já está em andamento por decisão do Banco.
Inova Verejo e os novos ataques aos caiex
Em implementação no Espírito Santo, o Inova Varejo demonstra a linha de ataque à função de caixa que o BB adotará amplamente nos próximos meses e anos. O encerramento de parte das PSOs com reabsorção pelas agências e sobretudo a centralização do atendimento de caixa são as duas principais medidas que nos afetam.
Embora os gerentes de módulo e caixas nomeados estejam mantendo as respectivas funções nas duas agências antes atendidas pela PSO Cachoeiro do Itapemirim (ES), em extinção, os caixas não nomeados (escriturários que eram acionados diariamente) não terão a oportunidade de continuar abrindo o guichê, já que a perspectiva colocada é serem alocados numa agência digital. O BB apresenta a possibilidade de esses caixas concorrerem a novas vagas criadas, como as de assistentes de negócios. Porém, não há nenhuma priorização para esses caixas substitutos que estão perdendo parte da renda, tendo de concorrer com inúmeros colegas das agências (que legitimamente também buscam oportunidades).
Em Vitória (ES), o BB decidiu retirar os guichês de caixa e tesourarias de quatro de suas agências, terceirizando a gestão dos TAAs e reduzindo o quadro da PSO em quatro gerentes de módulo e cinco caixas. Mais uma vez, sem priorização em nomeações para os caixas que serão atingidos. Para os clientes que buscam todos os meses os guichês que estão sendo encerrados, será dificultado o acesso ao serviço, pois terão que se deslocar para agências mais distantes, onde as vagas de estacionamento são mais concorridas, etc.
Serviços de caixa sendo executados por funcionários sem o recebimento da gratificação
O BB está praticando verdadeiro desvio de função e mascarando a real demanda por atendimento em guichês ao permitir que transações de pagamentos dos clientes sejam realizadas via Plataforma, sendo que anteriormente eram realizadas apenas em terminais de caixa (TCX), mediante recebimento da gratificação pelo caixa.
Como apontamos no item 3.5 da nossa Pauta de Reivindicações, é preciso que as entidades sindicais exijam do Banco a revogação dessa política, anunciada na Agência de Notícias em 29/09/2023 sob o título “Conheça a Estratégia de Atendimento BB”. Deve-se colocar tal demanda nas mesas de negociação em curso e considerar inclusive a possibilidade de judicialização, em caso de negativa do Banco.
A luta dos caiex continua!
Se por um lado nos indignamos com os velhos e novos ataques, por outro nos tornamos mais fortes e mais unidos. Nos próximos dias passaremos dos 1.000 membros da União Nacional de Caixas do BB e vários sindicatos realizarão plenárias de caixas, um reconhecimento à importância dos bancários que ocupam essa função.
A luta em defesa dos caixas e da função de caixa é também a luta em defesa do emprego de outros bancários, além de vigilantes, técnicos que prestam serviços às agências, profissionais da limpeza, etc. Onde se encerra os guichê de caixa avança-se para a retirada dos vigilantes e das portas giratórias, expondo demais bancários a riscos. Em seguida avança-se para o encerramento da agência em si.
Mais do que nunca, é o momento de colocarmos nossas demandas em pauta, aproveitando as mobilizações e negociações no âmbito da Campanha Salarial!
Pelo menos três plenárias importantes estão marcadas para os próximos dias, com a possibilidade de outras serem anunciadas:
• Forte atuação dos sindicatos junto a clientes, câmaras municipais de vereadores e prefeituras, mobilizando os mesmos para a pressão pela manutenção dos guichês de caixa nas agências bancárias, argumentando contra a restrição ou impedimento do acesso ao serviço pelos clientes;
• Que o Banco cancele a decisão de implementar solução de pagamentos para clientes via Plataforma, anunciada no artigo “Conheça a Estratégia de Atendimento BB” publicado em 29/09/2023 na Agência de Notícias;
2) Manter o pagamento da gratificação aos caixas
• Reivindicar ao Banco que mantenha a condição de nomeados aos caixas efetivos, até que se aposentem, saiam do Banco, tenham ascensão, peçam remoção, etc.;
• Em encerramento de agências ou fechamento de guichês, dar oportunidades aos caixas afetados (nomeados ou substitutos) para que continuem atuando como caixas em dependências em que hajam guichês;
• Apoio jurídico aos caixas pelas entidades sindicais, analisando junto aos mesmos as diversas situações em que se pode tentar pedir a incorporação judicialmente, por ações individuais ou coletivas, inclusive para os que sendo nomeados ou substitutos completem 10 anos de função após novembro de 2017;
• Por via negocial ou jurídica, tentar retroagir a 2019 o entendimento de que caixas nomeados não poderiam perder essa condição e passarem a ser acionados diariamente, reestabelecendo a condição de nomeados a quem a perdeu por reestruturações desde então;
• Garantir o pagamento da gratificação de caixa todos os dias a caixas substitutos enquanto estiverem lotados em PSVs, uma vez que não há redução de demanda de clientes que justifique não serem acionados se estão sempre trabalhando com numerário;
3) Plano de carreira e priorização para os caixas em concorrências
• Nomeação de todos os escriturários das PSOs como assistentes operacionais plenos, com possibilidade de receberem a gratificação de caixa no lugar da comissão quando do acionamento;
• Criação do cargo de Tesoureiro com comissão de valor de duas vezes a gratificação de caixa;
• Elevação da comissão de Gemod e de Gerente de Serviços para no mínimo três vezes a gratificação de caixa;
• Priorização para caixas, inclusive para os que não sejam efetivos, em concorrências para nomeações em cargos existentes ou que venham a ser criados, possibilitando também o trabalho remoto (home office) em cargos da Diope;
• Pontuação máxima no TAO por dia exercido de função de caixa para cargos como Assistente de Negócios (para quem tenha perfil negocial), Assistentes Operacionais e Assessores Cenop, Tesoureiros (a ser criado), Gemod, Gerente de Serviços, etc.
Atraso da abertura das agências em uma hora em 12/7 (sexta), dia de negociações entre entidades sindicais e BB, com estrutura material (visual, sonora, através de informativos impressos, etc.) e abordagem aos clientes sobre a importância da função de caixa, coletando assinaturas para o nosso PL de Iniciativa Popular.
Durante o 51º Encontro Nacional CONTEC, em Uberlândia (MG), ocorrido entre 19 e 21 de junho de 2024, entregamos em mãos a Pauta de Reivindicações dos Caixas do Banco do Brasil a Gilberto Antônio Vieira, membro do Conselho Diretor da CONTEC e coordenador para assuntos relacionados ao BB na entidade. Gilberto prontamente se dispôs a encaminhar a Pauta para os debates e deliberações do Encontro.
Por sua vez, a Plenária do Encontro decidiu que a CONTEC buscará tratar do conjunto de nossas demandas em Mesa Temática, a ser estabelecida em no máximo 30 dias após a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho, ao final das negociações desta Campanha Salarial. Tal encaminhamento foi formalizado na Cláusula 73 da Minuta de Reivindicações aprovada, entregue ao Banco do Brasil nesta quarta-feira (26/06).
Valorizamos que a CONTEC tenha acolhido e encaminhado nossa Pauta. Entretanto, apresentamos a perspectiva de que seria importante nossas reivindicações serem tratadas já durante a Campanha Salarial, dada a experiência da Mesa Temática sobre Caixas e PSOs em 2023, reunida uma única vez sem que o Banco do Brasil tenha apresentado respostas às nossas reivindicações.
"Caixas, um grupamento muito importante dentro do Banco"
Em primeira reunião com a direção do BB sobre a Negociação Coletiva, a coodernadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) voltou a mencionar as demandas dos caixas executivos como parte das prioridades a serem tratadas durante a Campanha Salarial.
Fernanda ressaltou ainda a importância de olhar com cuidado para os caixas, considerado um grupamento muito importante dentro do banco, além da questão da terceirização de muitos setores.
Não está claro ainda em qual das rodadas de negociação o tema será tratado, mas acompanharemos passo a passo as negociações e promoveremos mobilizações dos Caiex como forma de reforçar a importância de nossas demandas.
Após apresentarmos a Pauta de Reivindicações Específicas dos Caixas do BB aos diversos encontros e conferências estaduais, fizemos importante defesa da mesma no 34º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, ocorrido entre 4 e 6 de junho.
Caixas do Banco do Brasil delegados ao 34º CNFBB
Pedido de priorização de nossa Pauta em intervenção na Plenária Final do 34º CNFBB
Não tendo sido apresentadas divergências às nossas propostas, a organização do Congresso informou que elas foram acolhidas em sua integralidade.
"Vamos pedir mesas específicas com o banco, para entregar as pautas dos grupos auto-organizados", afirmou Fernanda Lopes, coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), em referência a grupos como o Neurodivergentes do BB e a nossa União Nacional de Caixas do BB.
A informação passada pela CEBB é que nossa Pauta Específica foi entregue ao Banco do Brasil nesta terça-feira, 18 de junho, anexa à Minuta de Reivindicações. Acompanharemos cada passo das negociações com o BB, em interlocução com as entidades sindicais, para que sejam efetivamente consideradas as nossas demandas.
Projeto de Lei de Iniciativa Popular "Na Boca do Caixa"
Durante a 26ª Conferência Nacional dos Bancários, aproveitando o encontro de delegações de todo o país, de trabalhadores de diversas
instituições financeiras, ampliamos as articulações em torno do
Projeto de Lei de Iniciativa Popular "Na Boca do Caixa".
Já nas próximas semanas daremos início à campanha de coleta de assinaturas para o mesmo. Faremos uma grande plenária virtual para marcar o lançamento.
É indispensável fazermos crescer cada vez mais a UNACaiexBB, trazendo milhares de caixas do BB para os nossos grupos regionais. Assim teremos a força necessária para fazermos avançar a defesa de nossa função e do direito dos clientes ao atendimento humanizado.